quarta-feira, 22 de abril de 2009

DEVANEIO POÉTICO

Ó de lá!
Trouxe-me notícias?
O longe é tão terno...
(tudo o que é distante é terno,
e entre mim e ti
há tanta distância...
há tanta ternura...)
Envie qualquer coisa
que eu possa agarrar;
um aceno, um cartão-postal,
um beijo, um telefonema.
O correio eletrônico está
mudo...mudo...mudo...
Meus óculos de míope,
sempre em sentido,
auscultam a amplidão.
O carteiro passou aqui
em frente e... nem bom dia.
Quisera que minha voz
ganhasse asa veloz;
cruzasse mar, continente,
levando esse grito urgente
a ti.
Qual o quê!
Minha voz
mais se assemelha a tico-tico
voejando aqui e ali.
- nunca jato da pan-am
ou águia americana.
Tentei sinal de fumaça...
mas quem é que pode
com essa ventania
goitacá?
Ó de lá!
Ó de lá!

Nelma Pimenta.

Nota da Poeta: Devaneio Poético
foi escrito quando estava
no Rio Grande do Sul,
sentindo saudade da Bahia.

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