segunda-feira, 26 de outubro de 2009

COMUNICAÇÃO

QUANDO O MEU OLHO ENCONTRA O SEU
É COMO SE VISSE UM MARZÃO SEM FIM...
ORA COM ONDAS CALMAS, ABRAÇANDO-ME,
ORA COM ONDAS AGITADAS, INSTIGANDO-ME.


DE REPENTE, AO PASSAR PELA RUA ONDE MORA
SUAVEMENTE, OUÇO A SUA VOZ...
O MEU CORPO ESTREMECE NUM GOZO DANADO,
É A SONORIDADE DO QUE SINTO POR VOCÊ.


DEITO NA NOSSA CAMA E LEMBRO
QUANDO NOSSOS LÁBIOS SE TOCAVAM...
MAS A ÂNSIA TÃO INTENSA DE DESEJO,
FAZ AS LÍNGUAS SE ENROSCAREM NUMA FÚRIA DE PRAZER.


E AO IMAGINAR O SEU CORPO, PENETRANDO-ME
SINTO VÁRIOS ODORES EXALAREM...
UM ALMÍSCAR DO NOSSO SEQUIOSO SEXO,
ENTRANHA NO QUARTO, ONDE SÓ HÁ EU E VOCÊ.


A INTENSIDADE DOS DESEJOS É TÃO INTENSA
QUE JÁ NEM DAMOS MAIS CONTA DO TEMPO...
UMA MÃO SEGURA A MINHA NUCA E A OUTRA MORDISCA MEUS SEIOS,
E AS MINHAS OCUPADAS EM SUAS NÁDEGAS E VENDO A SUA “ARMA” ENRIJECER.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Dá-me uma chance!

Na hora da raiva,
eu lhe disse quase tudo.

Na hora da raiva,
rasguei o verbo.

E falei o que não sentia,
o que não queria.

Na hora da raiva,
não pensei em nada.

Perdi a cabeça, fiquei cega,
disse-lhe coisas, só para agredi-lo.

Perdoa-me mais esse erro,
lembra de nós e vem me ver.

Sinto saudade e muito a sua falta,
a sua ausência, hoje, só entristece o meu viver.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

HIBERN'ALMA

Hibern’alma

Hiberna e a brisa agita o meu corpo.
Arrepios excitantes me invadem,
Os seios eriçam, a vulva umedece.
Onde está você?

A saliva quente à espera da sua boca.
Anseio o movimento de sua língua,
Fundindo-se e mordiscando a minha.
Onde está você?

No meu imaginário, sinto-o.
Escancaro-me para a penetração,
Em movimentos intensos.
Onde está você?

Sei que é sutil a diferença
Entre enxergar e ver,
Tê-lo e ficar momentos breves.
Fui... o tempo passou... sinto falta de mim.

Nelma Pimenta

quinta-feira, 7 de maio de 2009

PERTO DE VOCÊ

Talvez não seja a hora
de lhe encontrar...
Muito menos o momento
para lhe acariciar, beijar...
Mas, pretinho, a saudade bateu...
e com ela a vontade de ver o seu olhar.

Sei que como humana, errei
e, certamente, continuarei a errar.
Rogo-lhe ao menos inverter os papéis,
se você estivesse em meu lugar?
Mas, pretinho, a saudade bateu...
e veio o desejo de lhe abraçar.

Quando as pessoas permitem,
adentramos em suas vidas.
Abrem-se espaços para afetos
os quais viram outros elos...
Mas, pretinho, a saudade bateu...
quero colo, carinho, ser feliz perto de você.

Nelma Pimenta Cruz

terça-feira, 28 de abril de 2009

XOTE DOS PORQUÊS

A vida apresenta tantos porquês...
E a gramática reduz a quatro porquês.

Existe porque junto
Quando me entrelaço a você.
É porque sem acento
Porque somos dois em um.

Há por que separado
Quando divergimos,
É por que sem acento
Pois as diferenças afloram.

Mas há porquê junto
Quando tentamos entender
É porquê com acento
Existem tantas coisas para compreender.

E também existe por quê separado
Difícil de apreender
É por quê com acento
Tentando finalizar, sabe-se o quê.

Nelma Pimenta

Momentos...

Há momentos na vida tão bons...
Sentir o cheiro de terra molhada...
Tomar um banho de chuva...
Estar entre amigos...
Ter um momento para rir e curtir.

Ainda há momentos tão bons...
Como contar uma piada engraçada...
Ouvir uma gostosa gargalhada...
Lembrar de alguns fatos alegres...
Ver que todo dia a vida se renova.

Sim, existem momentos tão bons...
Onde pensamentos viram idéias...
Palavra decide o rumo de uma vida...
Um olhar vira poesia...
Tudo se transforma.

Momentos trazem saudades...
E o humano faz várias viagens...
Imagina se sentir herói...
Ganha asas de uma fênix...
Constrói um coração veloz.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

DEVANEIO POÉTICO

Ó de lá!
Trouxe-me notícias?
O longe é tão terno...
(tudo o que é distante é terno,
e entre mim e ti
há tanta distância...
há tanta ternura...)
Envie qualquer coisa
que eu possa agarrar;
um aceno, um cartão-postal,
um beijo, um telefonema.
O correio eletrônico está
mudo...mudo...mudo...
Meus óculos de míope,
sempre em sentido,
auscultam a amplidão.
O carteiro passou aqui
em frente e... nem bom dia.
Quisera que minha voz
ganhasse asa veloz;
cruzasse mar, continente,
levando esse grito urgente
a ti.
Qual o quê!
Minha voz
mais se assemelha a tico-tico
voejando aqui e ali.
- nunca jato da pan-am
ou águia americana.
Tentei sinal de fumaça...
mas quem é que pode
com essa ventania
goitacá?
Ó de lá!
Ó de lá!

Nelma Pimenta.

Nota da Poeta: Devaneio Poético
foi escrito quando estava
no Rio Grande do Sul,
sentindo saudade da Bahia.

OUTONO NO MEU CORAÇÃO

Retornam as aves aos seus ninhos,depois de um rude verão.
É chegado o outono,
trazendo-nos uma melancólica estação.
O vento derruba as folhas no chão,
e com tal maestria, agita o meu coração.
Que saudades sinto do verão!

Mas, meio encimesmada,
tento adaptar-me à nova estação.
Vejo os grossos pingos da chuva
lavarem o chão.
E com um barulho profundo,
ouço uma entoada canção.
Por hora, não sinto saudade do verão!

A minh`alma está encharcada,
fazendo uma grande toada,
em ritmo de serenata,
a fim de tocar a sua emoção.
Já não sinto mais aquela falta
do rude e longo verão.

N. Pimenta

FRÊMITO DESEJO

Do nada, sorrateiramente, eis que surge você.
À meia luz da lua,
Fez-me sentir nua
Sob o olhar em que você me despiu.


Tentei esquivar-me desse olhar cálido.
Mas fui traída por um frêmito desejo,
E o coração acelerou, a saliva secou ...
Adentrei numa torrente de emoções.


Você se achegou com reticências.
E recorrendo à magia do momento,
Invadiu as minhas entranhas de mulher.


Vem... Eu já não sou me, porém nós.
Entremeando línguas, mãos, coxas...
Tremo o corpo todo, enquanto me possui.

N. Pimenta